Felicidade
Procuro-a nestas paredes nuas
e vou à rua, às festas, e às igrejas... E procuro-a em cada beco, cada esconderijo... Procuro-a em meus livros, em minha vida... Ela se desfaz ao toque de minhas mãos, como se fossem duas víboras... Seus venenos vêm desta tinta, correndo em minhas veias... Desta tinta sanguínea a sustentar minhas limitações humanas... Meu verso sanguíneo, inumano, é nele que jaz minha vida, é nele que moram minhas víboras com seus venenos, mortais... Por que a tal felicidade não escreve comigo? Não posso convidá-la pro café, ou pra ver o pôr do Sol a meu lado... Procuro-a nos sorriso das crianças e mesmo aí, nem sempre a encontro... Por que não posso abraçá-la e pedir pra viver essa vida comigo?
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 12/05/2024
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