O tempo...
Ai de mim,
que não creio mais no amanhecer, e vago perdida pelos quatro cantos da Terra! Ai de mim, que carrego nos ombros o mundo, levo as pás do moinho, suporto em meus olhos a chuva que não mais inunda a este solo infértil! Empurro com minhas mãos — e com que força — os ponteiros deste relógio, enquanto as horas passam sem ter fim... MInhas mãos magoadas pelo tempo... eu sou o leme da embarcação! Ai de mim, que não creio mais no amanhecer e meus prantos são como os da chuva, que não mais inunda a este solo infértil! Tirai de mim esta angústia! Ai de mim, ela se aproxima e terei que vos dizer, Adeus! Eu vaguei pelos quatro cantos da Terra e perdi, sem jamais me encontrar!
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 12/05/2024
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