Aluguel
O princípio também pode ser o fim...
e ao nascer nós já morremos um pouco, alugamos a vida para pagá-la aos poucos, às vezes com nossas lágrimas e outras, com nossa dor.... Dói tanto... vidro opaco refletindo no fundo de minha alma... O pranto do recém-nascido, o pranto do velório... E o do segundo perdido? por esse, o pranto não se chora, nem se sente... Eu morro a cada segundo mais do que se possa sentir... eu morro por cada letra que não choro! Pela criança faminta e pela hipocrisia humana... Não corto meus pulsos, não disparo o gatilho e não cravo o punhal, mas morro desta morte louca, que mata dilacerando aos poucos... O amor, ele só existe nestas letras que tirei lá das masmorras... Não ao verso alinhado, e ao pensamento do belo nem à beleza da forma mas sim, à forma da beleza! Provar o término no começo, e tirar deste bem alugado algo que tenha valor, que careço!
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 13/05/2024
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