Titã
Eu me sinto um titã
que não consegue alcançar o céu por maior que seja minha odisseia... Sinto-me um estrangeiro como a noz vômica, que te dá os frutos para tirar-me estricnina. Um titã, gigante tão poderoso, que pretende escalar o céu e não consegue fazê-lo... Sinto o poder nestes cadeados, nestas correntes... De meus braços, toda ópera do mundo... E de meus sonhos, todas quimeras! Mas não consigo alcançar o céu! Não consigo tirar Júpiter do trono e, então, eu sinto minha imensidão tornar-me muito pouco! De que adianta tanta fortaleza, se de meu palácio, lancei meus canhões e destrui-lo, senhores? Sinto-me este rei, que destruiu seu castelo... este gigante tão pequeno... De meus braços já não pende a ópera e, de meus sonhos, neles, já não há quimeras!
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 13/05/2024
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