Medo de acordar amanhã
Ah, amigo...
diz pra mim aquela frase perfeita, que Billac esculpiu em seus livros, e prove-me a vida a teu jeito. Diz pra mim o que disse Jobim e mostre-me o belo, que já não vejo! A morte já não é nada e mesmo assim, tento vivê-la... Tento viver a morte em teus olhos... Esta vida, eu não quero mais tê-la! Meus versos, não vou escrevê-los, por que esta sombra me segue e nela, estão todos meus medos... Lá está o medo da vida, o medo de acordar amanhã e saber que meus sonhos, eu posso perdê-los... Talvez eu largue-os no meio disso que escrevo e feche o livro e não ligue em saber que posso morrer.... Podia morrer quando nasci! Morreria um pouco menos que agora, não sentiria dentro de mim a agonia que sinto... Não estaria aqui tentando acabar com a vida por que ela somente não existiria... Também não leria Billac e não falaria em Deus, não adoraria o vinho que bebo neste cálice de sangue... e sabe? Talvez.... talvez eu fosse mais feliz mais feliz do que sou agora!
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 14/05/2024
|