Tinteiro
Há uma foto amarelada pelo tempo,
destas que sempre me atraem e estou a olhá-la com olhos de cego. Meus passos foram trilhados com ausência de luz — solidão! Gritam nos porões o meu nome! Querem prender minhas mãos. Mas não, o poema nunca será preso! Ele é a razão do viver! Falta som, não preciso dizer pra ser ouvido! Depois que o poema é lido, você só o relê se ele significa algo mais pra você. É um encontro entre o poeta e o leitor. Ele tem que ser valoroso, doído, tocar a alma, mesmo antes de escrito. E derrama... Derrama meu tinteiro que te escreve... Não há mais tinta. A vida é breve!
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 20/05/2024
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