A noite
Amiga destas horas tristes.
Amiga da vida, em vão. Distante de mim, não és nada. Ao meu lado, tu és a razão! Amiga dos já perdidos, das vozes em solidão, dos olhos cheios de lágrimas, das vidas sem solução. Amiga dos meus inimigos. Amiga no sofrimento, Amiga na solidão. Arranca minha alma. Corta em retalhos... Minha vida bate palmas nas portas da loucura, e te chora! Amiga que sorri e me abraça, chama-me para teus braços! Amiga dos sentimentos ruins, dos olhos como os rios com suas correntezas noturnas! Não tire o luto! Amiga da solidão, destas paredes vazias e dos quadros sem voz! A ti que chamam de noite, e tua foice, luar... Te agradeço por repartir a solidão comigo. Amiga das linhas perdidas, és tu quem me estende as mãos... céu bordado de estrelas... A noite, minha amiga, veio me recitar uma poesia! E lá estava eu, novamente... a solidão, um quadro, nenhum amigo, eles se foram... a noite e um poema!
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 24/05/2024
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