Olhe no fundo dos meus olhos
Olhe no fundo dos meus olhos
e procure lá um pouco de mim. Talvez você descubra que tenho alma de criança... Olhe e você verá bem lá no fundo, um sorriso que me move a ser quem sou, uma alegria que vem de outra vida, gente que amo, gente que amei, os que morreram, os que se foram e os que ainda andam comigo. Ouço Casimiro a me dizer nascemos no mesmo dia, Drummond falando em experimentar, Augusto a me dizer da morte, Machado a incentivar, Billac a dar lições de amor... Olhe no fundo dos meus olhos e descubra que, talvez, eu te ame como Florbela. Olhe no fundo dos meus olhos e descubra... Palavras a te mostrar, sou poeta! Irmão das coisas perdidas, me acode Cecília. Olhe no fundo dos meus olhos. Tome cá, pegue esta bandeja! Coloquei sobre ela minha alma, dou-a a você e só lhe peço que a guarde com você por onde for!
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 29/05/2024
Alterado em 29/05/2024 |