Apagam-se estes versos
A vida morre
naquele menino, naquele animal, naquela flor, nas ervas daninhas, na peste perniciosa, nestas caixas vazias em que a coloquei um dia. Este desalinho, estes devaneios, tudo que acho belo, tudo morre, tudo apaga... Apagam-se estes versos, quando não mais os escrevo, já aí eles começam a morrer... De meus olhos já não caem lágrimas... não há alma, não há nada! Quando morta, meu corpo inexiste... Quando viva, a alma quer ir embora... Preciso libertar da palavra o verso, deixá-lo ir, não voltar... a alma quer ir embora... tudo morre, tudo apaga!
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 04/06/2024
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