Masmorras
Começo um poema
sem saber o que dizer pra mim, por que já não encontro palavra. Discutamos o que é belo: seria a beleza o esculpir, ou desenhar, ou escrever? Seria a beleza um poder? A beleza, senhores, ela só existe no que nasce assim de repente, brota dentro da gente! O desejo de conhecer, de fazer algo que seja seu, de errar ou acertar, tentar... sempre tentar! E querer. Mas querer com a alma! Amar a arte, a ciência, a beleza da existência inumana, que o humano repugno! Mas o que me atrai é isso de falar da morte, de destruir e recriar! E eis que surgem letras vindas das masmorras. Elas correm pelas linhas, rodopiam na ponta da caneta. Sustentam minha vida em sua loucura. E vejo a beleza disso. Um gota de tinta se veste pro baile, desfila na folha em branco, e com seu canto me acorda mais uma manhã!
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 15/07/2024
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