Alma
Vez por outra, minha alma quer partir.
Ela chora um sorriso no meu rosto. Ela chora uma dor que a domina. Minha alma vem me falar história antiga. Desistiu dessa vida algumas vezes. Deus olhou e recolocou nos trilhos minha vida que vagava em desespero. Minha alma quer partir. Noites vazias. Minha alma chora lembranças. Não quero tê-las. Uma tristeza invade os meus sonhos. Uma tristeza que mortifica minha vida. São todas as palavras que sinto! Minha alma quer escrever poesia. Contar a estas linhas a dor que sente. Abro uma janela. Minha alma quer partir. Tento detê-la. Minha alma quer chorar. Eu posso vê-la. Ela canta uma música qualquer. Devaneios de um cárcere mental. Palavras presas. Atirei as chaves fora. Quero detê-la. Quem sabe um dia meus pesadelos sumam. Sonhe com versos salvos do calabouço. Quem sabe um dia, minha alma volte e ressurja nela um olhar de esperança. Minha alma quer partir. É tarde. Talvez um dia. Talvez um dia eu te conte de uma aurora e, esqueça para sempre a melodia. Tirarei estes versos das prisões. Basta encontrar as chaves. Minha alma me sorri por que a entendo. Não basta uma vida; temos várias. Minha alma veio. Ela vai ficar para um café, comer um bolo. Recitará poesia nos saraus. Será? Não se preocupe. Não sinto sentindo, o que sinto escrevendo. As palavras me salvaram novamente. Minha alma é assim mesmo. Ela flutua. Uma hora é alegria radiante. Segundo seguinte, a tristeza de uma era.
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 14/08/2024
Alterado em 14/08/2024 |