Noite cai
No crepúsculo da vida,
a dor é um mar sem fim. Ondas de tristeza quebram no peito, um coração naufragado, perdido em si. A morte sussurra seu canto perfeito. A lua, pálida e fria, espelho da alma, reflete a sombra do que se foi. E nas estrelas, lágrimas brilham silenciosas, enquanto a noite vem. A morte convida a alma para a última canção, um adeus sussurrado em versos incertos. A dor traz um abraço, um toque mesquinho, que transforma o calor em inverno. A morte caminha ligeira e escreve estes versos comigo. Ouço meu coração ainda bater. Foi assim que acordei agora há pouco: com uma tristeza corroendo minha alma, olhos de sertão. Não tem ninguém aqui. Um vazio entrou porta a dentro, sobrou pouco ou quase nada de mim. Madrugada, procuro num sonho, um remédio qualquer. Talvez sorria. Quem sabe? Mais um dia.
Valeska Caffarena
Enviado por Valeska Caffarena em 22/11/2024
Alterado em 22/11/2024 |